Meu conto de natal…
Eu a vi na vitrine, entre tantas. Linda! Olhos verdes, longos cabelos loiros. Vestido vermelho, deslumbrante. Lábios rubros. Me apaixonei por ela no primeiro instante. Mamãe estava comigo e viu meus olhinhos brilhando. Na noite seguinte o Papai Noel a levou para mim. Ele realmente advinhou, eu pensei. Chorei de alegria e encantamento. Eu abracei minha boneca com todo meu amor e prometi a ela, comovida, que seria minha 'eterna companheira". Jurei amor eterno de todo o meu coração. Me sentia a mais feliz das menininhas com ela nos meus braços. Felicidade sublime. Plena. Indizível. Perfeita.
Então minha prima, criada pela minha avó, chegou para o almoço de natal. Quis ver meu presente. Eu mostrei. Minha prima quis pegá-la. Não deixei. Não podia deixar. Não conseguia deixar. Então ela ameaçou: “Vou contar para sua mãe!” E eu respondi: “Conta! Eu não deixo. Ela é minha. Eu a amo. Foi o Papai Noel que me deu. Pede uma para ele. Ele dá uma para você.” Mas ela não me ouviu. Arrancou-a das minhas mãos. Impiedosamente. E saiu correndo. Eu sai correndo atrás delas, pedindo, fervorosamente, que a devolvesse. No meio do caminho a minha avó viu minha prima com minha boneca amada. Também me viu chorando, aos soluços. Mandou ela me devolver a boneca. Com raiva ela disse: “Toma!!!” e... colocou-a em cima do botijão de gás... perto do forno quente de onde sairia o peru de natal.
Foi tudo muito rápido. Quando eu a peguei já não havia mais os olhinhos, nem metade da cabeça... e os cabelos se pendiam ao chão. O meu nãoooooooooo.... desesperado, soou pela vizinhança. Me lembro de abraça-la e sentir um pedaço de mim se condoendo em chamas. Chorei por horas seguidas. A dor era gigante. Eu disse à minha prima: “Nunca mais fale comigo! Nunca mais. Eu odeio você!” Ela me respondeu: “Me perdoe. Você perdeu a sua boneca mas tem a sua mãe. Eu não tenho mãe. Minha mãe morreu quando eu nasci. Eu nunca a vi.” Ela chorava. A dor era profunda. Eu a abracei forte e choramos juntas. Eu a perdoei. (…) Quando minha prima se foi eu disse à minha mãe que ela é o MAIOR PRESENTE que DEUS me deu...
Angelica Rissi
Eu a vi na vitrine, entre tantas. Linda! Olhos verdes, longos cabelos loiros. Vestido vermelho, deslumbrante. Lábios rubros. Me apaixonei por ela no primeiro instante. Mamãe estava comigo e viu meus olhinhos brilhando. Na noite seguinte o Papai Noel a levou para mim. Ele realmente advinhou, eu pensei. Chorei de alegria e encantamento. Eu abracei minha boneca com todo meu amor e prometi a ela, comovida, que seria minha 'eterna companheira". Jurei amor eterno de todo o meu coração. Me sentia a mais feliz das menininhas com ela nos meus braços. Felicidade sublime. Plena. Indizível. Perfeita.
Então minha prima, criada pela minha avó, chegou para o almoço de natal. Quis ver meu presente. Eu mostrei. Minha prima quis pegá-la. Não deixei. Não podia deixar. Não conseguia deixar. Então ela ameaçou: “Vou contar para sua mãe!” E eu respondi: “Conta! Eu não deixo. Ela é minha. Eu a amo. Foi o Papai Noel que me deu. Pede uma para ele. Ele dá uma para você.” Mas ela não me ouviu. Arrancou-a das minhas mãos. Impiedosamente. E saiu correndo. Eu sai correndo atrás delas, pedindo, fervorosamente, que a devolvesse. No meio do caminho a minha avó viu minha prima com minha boneca amada. Também me viu chorando, aos soluços. Mandou ela me devolver a boneca. Com raiva ela disse: “Toma!!!” e... colocou-a em cima do botijão de gás... perto do forno quente de onde sairia o peru de natal.
Foi tudo muito rápido. Quando eu a peguei já não havia mais os olhinhos, nem metade da cabeça... e os cabelos se pendiam ao chão. O meu nãoooooooooo.... desesperado, soou pela vizinhança. Me lembro de abraça-la e sentir um pedaço de mim se condoendo em chamas. Chorei por horas seguidas. A dor era gigante. Eu disse à minha prima: “Nunca mais fale comigo! Nunca mais. Eu odeio você!” Ela me respondeu: “Me perdoe. Você perdeu a sua boneca mas tem a sua mãe. Eu não tenho mãe. Minha mãe morreu quando eu nasci. Eu nunca a vi.” Ela chorava. A dor era profunda. Eu a abracei forte e choramos juntas. Eu a perdoei. (…) Quando minha prima se foi eu disse à minha mãe que ela é o MAIOR PRESENTE que DEUS me deu...
Angelica Rissi
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