17 de novembro de 2013, um domingo como qualquer outro. Para mim. Não para minha mãe.
Quando dezembro surgia no horizonte, trazendo mais um final de ano, a euforia dela alcançava seu nível mais alto. Não porque o natal ou réveillon estavam chegando, com comemorações grandiosas, comidas e sorrisos de crianças. Mamãe ficava eufórica pelo simples ato de montar sua árvore de natal.
Por muitos anos fui sua companheira, passando algumas horas pendurando os enfeites e a estrela no topo da árvore. Mas minha empolgação nunca se comparava à dela.
E ali estava eu tentando entender como aquela mulher conseguia ficar mais de quatro horas decorando meticulosamente sua querida árvore de natal.
- Esse ano não vão ter bolinhas coloridas? – perguntei ao observar o padrão vermelho e prateado.
- Não – respondeu, profundamente concentrada em sua tarefa.
Natal sempre teve um significado especial para ela. Porém, porque maior ânsia para se montar a árvore do que para a comemoração do natal propriamente dita? O significado por trás do ato não representava nada para mim, mas para mamãe, ah, era obviamente crucial.
Mergulhei em suas memórias. Na condição de uma criança carente apaixonada por natal, havia importância em montar a árvore: Era uma ocasião em que minha avó reunia os filhos para enfeitar com cores e luzes o pequeno símbolo do dia 25 de dezembro. E isso bastava. Então quando chegava a hora de decorar a árvore de natal, minha mãe repassava os sentimentos e as emoções de sua infância.
De pronto, passei a ver minha mãe de outro modo, admirando sua paixão ao invés de julgá-la. Ela estava ali, recapitulando gestos de união familiar, enquanto eu a observava e franzia o cenho. Que lembranças eu teria quando montasse minha árvore de natal?
- Esse, mãe. – Apontei para o fio que ela carregava na mão esquerda. – Luzes vermelhas combinam mais com a decoração.
Ela acatou minha opinião; os olhos se acendendo com admiração pelo resultado de seu trabalho. Ainda não tinha percebido a minha epifania. Ainda.
Isabella Branquinho
Quando dezembro surgia no horizonte, trazendo mais um final de ano, a euforia dela alcançava seu nível mais alto. Não porque o natal ou réveillon estavam chegando, com comemorações grandiosas, comidas e sorrisos de crianças. Mamãe ficava eufórica pelo simples ato de montar sua árvore de natal.
Por muitos anos fui sua companheira, passando algumas horas pendurando os enfeites e a estrela no topo da árvore. Mas minha empolgação nunca se comparava à dela.
E ali estava eu tentando entender como aquela mulher conseguia ficar mais de quatro horas decorando meticulosamente sua querida árvore de natal.
- Esse ano não vão ter bolinhas coloridas? – perguntei ao observar o padrão vermelho e prateado.
- Não – respondeu, profundamente concentrada em sua tarefa.
Natal sempre teve um significado especial para ela. Porém, porque maior ânsia para se montar a árvore do que para a comemoração do natal propriamente dita? O significado por trás do ato não representava nada para mim, mas para mamãe, ah, era obviamente crucial.
Mergulhei em suas memórias. Na condição de uma criança carente apaixonada por natal, havia importância em montar a árvore: Era uma ocasião em que minha avó reunia os filhos para enfeitar com cores e luzes o pequeno símbolo do dia 25 de dezembro. E isso bastava. Então quando chegava a hora de decorar a árvore de natal, minha mãe repassava os sentimentos e as emoções de sua infância.
De pronto, passei a ver minha mãe de outro modo, admirando sua paixão ao invés de julgá-la. Ela estava ali, recapitulando gestos de união familiar, enquanto eu a observava e franzia o cenho. Que lembranças eu teria quando montasse minha árvore de natal?
- Esse, mãe. – Apontei para o fio que ela carregava na mão esquerda. – Luzes vermelhas combinam mais com a decoração.
Ela acatou minha opinião; os olhos se acendendo com admiração pelo resultado de seu trabalho. Ainda não tinha percebido a minha epifania. Ainda.
Isabella Branquinho
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